Levar trabalho para casa: sim ou não?

O cenário atual das organizações é a redução do capital humano e, ao mesmo tempo, a exigência de maior produtividade a cada ano. A alta competitividade do mercado faz com que as empresas cobrem cada vez mais de seus funcionários, o que faz muitos profissionais ficarem sobrecarregados e levarem trabalho para casa.

Dedicação ou falta de organização? O profissional que leva atividades para fora da companhia pode ganhar a fama de pessoa dedicada, mas, dependendo da cultura da empresa e da maneira que seu líder gere a equipe, pode denotar falta de planejamento e deficiência de certas competências essenciais, como administração do tempo e assertividade.

“As pessoas normalmente dizem: ‘olha o fulano levando trabalho para casa, mesmo não tendo acabado aqui está dedicando o seu tempo que iria ficar com a família para não deixar de entregar seus afazeres. Porém, pode também indicar que o indivíduo esteja administrando muito mal o seu tempo, procrastinando suas atividades e elegendo de forma errada suas prioridades”, aponta Alan Cordeiro, consultor da M&S, consultoria especializada em desenvolvimento humano. Segundo Cordeiro, outra hipótese é que a empresa possa estar delegando excessivamente tarefas para o profissional, onde esse muitas vezes acaba acumulando funções de outras pessoas.

Levar trabalho para casa, em um primeiro momento, pode transmitir a impressão de uma pessoa dedicada e comprometida com a empresa. No entanto, caso se torne uma rotina, o profissional também pode acabar sendo mal visto perante os colegas e a corporação como um todo. “Levar trabalho para casa uma vez ou outra, não denota, obrigatoriamente falta de organização. A questão é quando isso deixa de ser algo pontual e torna-se parte da rotina. A pessoa deve se perguntar sobre o que está acontecendo para ter que levar atividades para fora da empresa”, indica Susana Azevedo, coach e diretora da ns2a Desenvolvimento Humano.
*Como trabalhar em casa

Apesar dos pontos negativos, a maioria das pessoas levou, pelo menos uma vez, trabalho para fora da empresa. Nestes casos, a questão da disciplina é fundamental para executar as atividades de forma efetiva. De acordo com Susana, deve ser avaliado como será o equilíbrio na relação “trabalho x família” e considerar um espaço específico para executar o trabalho. “Porém, o ideal é que não leve isso como uma rotina, pois acaba influenciando também na relação com os membros da casa”, pondera.

A evolução das tecnologias auxiliou na opção de muitos profissionais por trabalhar em casa – a inclusão digital, as facilidades da internet e telefonia são fatores primordiais. Profissionais que não possuem essa estrutura em suas casas podem ter dificuldades em desenvolver as atividades, já que presencialmente na empresa teriam melhores condições. “O ambiente prazeroso proporcionado pelo lar, oferece inúmeras possibilidades atrativas para que a pessoa se distraia ao longo de sua jornada de trabalho. Por esta questão é muito importante que o profissional defina sua rotina e mantenha a disciplina nessa situação de trabalho”, comenta o consultor da M&S.

Não devemos ser radicais quanto ao fato de levar trabalho para casa, pois pode haver uma necessidade por demanda maior de trabalho em um determinado período ou a exigência de cobrir um colega que está ausente por motivos de saúde, por exemplo. Susana Azevedo diz que levar atividades para o lar pode ser interessante quando o profissional se sente pressionado ou muito estressado no ambiente da empresa: “se deslocar para um local mais tranquilo, onde se sinta mais a vontade, pode funcionar”. Ainda para ela, é importante o profissional refletir sobre o que quer a curto, médio e longo prazo, tanto para a carreira, quanto para sua família.

Liderança
A função de líder, em si, demanda maiores responsabilidades. O fato de levar trabalho para casa pode estar ligado a uma sobrecarga de tarefas, onde o gestor acaba realizando as próprias a atividades e também a de seus subordinados – isto ocorre muito com líderes que não sabem delegar tarefas devidamente.

“Ao invés de identificar os talentos na equipe, desenvolvê-los e delegar tarefas, o gestor prefere se sobrecarregar por pensar que sabe mais que os liderados e que pode executar a tarefa com mais efetividade e rapidez. Em um curto prazo, isto pode funcionar, mas em um longo período isto irá refletir negativamente para imagem do líder perante a empresa”, completa Susana.

Fonte: Levar trabalho para casa: sim ou não? | Portal Carreira & Sucesso

Ser criativo ajuda a viver mais

Um estudo realizado com 1.349 homens idosos revelou que a criatividade auxilia no aumento de expectativa de vida útil. De acordo com o The Journal of Aging and Health study, a criatividade serve como um incentivo para experimentar coisas novas e aceitar novas ideias. A pesquisa acompanhou os mesmos homens ao longo de 18 anos, e constatou que o pensamento criativo pode ter reduzido em 12% o risco de mortalidade.

Para os autores da pesquisa existem várias razões que possibilitam esse desenvolvimento. A criatividade requer o envolvimento de várias redes neurais, e talvez seja pela falta desse fortalecimento, ou seja, a falta de prática que o cérebro envelhece. Em outras palavras, as atividades criativas podem atuar como exercícios quem mantém o cérebro em forma. As pessoas que trabalham mais a criatividade também conseguem lidar melhor com o estresse, e encontrar soluções para situações estressantes.

O estudo também mostrou que hobbies ou outras atividades que exigem habilidade para resolver problemas e imaginação como: música, gastronomia, tricô ou pintura, ajudam a relaxar ao mesmo tempo que estão trabalhando o cérebro. Se você deseja diminuir o estresse da sua vida e viver mais matricule-se em alguma atividade extra que trabalhe a sua criatividade.

Se você deseja diminuir o estresse da sua vida e viver mais matricule-se em alguma atividade extra que trabalhe a sua criatividade.

Fonte: Universia Brasil

Gestão da mudança: Como podemos tornar nossas empresas mais inteligentes?

O mundo corporativo encontra, cada vez mais, desafios de liderança e de mercado. A busca por ações que agreguem valores, os quais, irão tornar as empresas mais competitivas e sólidas em tempos de mudanças e inovações, faz-se questionar como podemos trabalhar com inteligência em meio a este cenário misterioso e atraente.

A maneira como as organizações estão se comportando é a grande discussão, pois as organizações devem se preocupar com as tendências de consumo. Para o professor Adriano Gomes, do curso de Administração da ESPM(Escola Superior de Propaganda e Marketing), atravessamos as eras agrícola, industrial, de serviços e do conhecimento e, atualmente, vivemos a era que se denomina era da Biociência, onde o conhecimento aplicado ao bem-estar, qualidade de vida e longevidade do ser humano são os elementos fundamentais.

O grande desafio é fazer com que as corporações percebam que estão atuando em eras passadas, e não enxergando a nova era em questão.  “O caso brasileiro, então, é preocupante. A maior parte das companhias de grande potencial econômico ainda estão alinhadas a valores da era industrial, e nem sequer atingiram a era do conhecimento”, afirma Gomes.

Os desafios da liderança no desenvolvimento empresarial
No intuito de não atrasar o desenvolvimento e crescimento de seus negócios, as lideranças estão, cada vez mais, agindo de forma agressiva e passando isso aos colaboradores. “Algumas corporações estão optando por análises reducionistas que simplifiquem o contexto e permitam decisões rápidas na base binária, ou seja, sim ou não”, explica Luiz Algarra, designer de fluxos com foco em inteligência colaborativa. Outras, estão adquirindo e processando mais informações, tentando capturar o momento presente e as tendências futuras, mas, geralmente, não conseguem aplicar as análises e acabam fazendo “mais do mesmo”.

Os principais equívocos das lideranças estão na falta de habilidade em aceitar ideias e dialogar com seus públicos internos e externos. “O líder tenta resolver tudo sozinho tomando decisões a partir de sua experiência e ponto de vista. Os gestores das empresas entendem que, de algum modo, a organização espera que venha deles a resposta, e então assumem este papel que, nos dias de hoje, é praticamente inviável”, afirma Algarra.

É perceptível que existe a falta de conhecimento sobre gestão em todas as áreas, e os proprietários e gestores tendem a serem aconselhados por amigos e conhecidos que, na maior parte das vezes, não têm a devida capacidade e conhecimento sobre o caso. Soluções rápidas e de baixo custo são as prediletas e, obviamente, serão também as menos indicadas para problemas de natureza complexa. “As empresa teimam em pronunciar que ‘na prática, a teoria é outra’, sendo que, a verdade é que ‘na prática, a teoria é a mesma’”, afirma Gomes.

Inteligência é a capacidade de resolver problemas, e dificuldades toda empresa terá em qualquer tempo, sendo eles mais ou menos complexos. Assim, para tornar uma empresa inteligente é fundamental que, em primeiro lugar, seja identificado o verdadeiro problema.

Dar respostas é infinitamente mais fácil que formular uma pergunta – não qualquer pergunta, mas questões de natureza científica, que necessite de métodos estruturados para respondê-las. Assim, faz-se necessário a adoção de discussões sobre temas relevantes, estruturantes, estratégicos e alinhados à sustentabilidade do negócio; conforme comentado anteriormente.

Empresas inteligentes e a gestão da complexidade
Este cenário complexo em que se encontram os negócios é causado pela negligência dos líderes em não entenderem que quem dita os negócios são os consumidores e parceiros.

Para Gomes, a satisfação do cliente deverá sempre ser o principal alvo de uma empresa, “se for sincero e autêntico, o lucro virá como consequência natural de um processo que foi, totalmente, pensado, planejado e construído para oferecer satisfação ao cliente. Há uma soberania na escolha e não há como mudar o rumo com risco de perder ambos os elementos: clientes e lucro”, explica o professor.

Com este raciocínio torna-se necessário estudar a complexidade, porém, entendê-la já é um ponto difícil para grandes executivos. Segundo Marcello Lage, professor e membro do Núcleo de Estudos da Gestão da Complexidade da Business School São Paulo, é muito importante definir o que é a Complexidade. “Ela não é um modismo, tendência ou teoria. É um fenômeno no qual o mundo real se apresenta à nossa vivência. Para entendê-lo é necessário incrementar a capacidade de adaptação. As organizações que são capazes de desenvolver equipes, onde esta capacidade é cultuada como valor, tem maior capacidade de sobrevivência do que as outras”, explica Lage.

As empresas devem rever modelos e sistemas o tempo todo. A visão do grupo é muito importante, mas deve ser utilizada de forma fechada e aberta – um problema bem definido precisa de um foco fechado para sua solução.

O mesmo tipo de foco fechado não servirá para problemas periféricos, que em geral não são percebidos a tempo de encontrarem uma boa solução. A variação do foco também funciona para oportunidades que emergem a todo tempo. “Um líder jamais vai perceber uma oportunidade trazida pela equipe, se não abrir a visão para analisar pequenos detalhes. Costumo dizer a meus alunos e consultados, que todo absurdo deve ser considerado em ambientes competitivos”, relata Lage.

Como gerir na complexidade?
Segundo estudo da Arquitetura Humana – empresa especializada no gerenciamento estratégico de pessoas -, 85% dos 207 CEOs entrevistados possuem alta capacidade em assumir riscos, e 89% têm ritmo acelerado de trabalho e forte senso de urgência.

Para Elmano Nigri, presidente da Arquitetura Humana, e responsável pela interpretação dos dados, competência é o resultado da soma de dois fatores: comportamento e conhecimento. “O profissional pode até tentar buscar desenvolver estas características, mas quando a situação é forçada por algum motivo, o resultado pode ser um alto nível de estresse que compromete a saúde física e, muitas vezes, mental”, explica.

O comportamento dos líderes é fundamental na hora de gerenciar determinadas situações. Os executivos devem investir no capital humano, e liderar de forma servil. “Um líder não sabe tudo, e não deve pensar assim. Ele é gestor para capitalizar o conhecimento da equipe e, juntamente com eles, transformá-lo em ações dinâmicas e ponderosas para a empresa. Nenhum funcionário acorda todos os dias com a intenção de falhar. Portanto os líderes devem acreditar mais nas suas equipes e dividir com eles os resultados, sejam positivos ou negativos”, conclui Lage.

Fonte: Gestão da mudança: Como podemos tornar nossas empresas mais inteligentes? | Portal Carreira & Sucesso